Por que o América de Cali é uma das histórias mais legais do futebol nesta semana?
O Diabo colombiano passou nove longos anos distante das competições sul-americanas. De fato, brasileiros e argentinos reclamam de barriga cheia…
Quem já esteve na Colômbia sabe bem que o futebol é vivido por lá com a mesma loucura que nos demais países de ponta da América do Sul. E neste cenário de paixão extrema – sem nada a desejar a Brasil, Uruguai e Argentina -, uma grande história ficou um pouco escondida com o rebaixamento do gigante América de Cali, que penou na Segunda Divisão do país por nada menos que cinco temporadas, de 2011 a 2016.
Nesta semana, o clube tem a grande chance de cacifar a sua volta às competições internacionais avançando para a segunda fase da Copa Sul-Americana e eliminando o Defensa y Justicia, da Argentina. É a primeira vez que o América vive este tipo de situação desde 2009, quando o time integrou o grupo do São Paulo na Libertadores e caiu logo na primeira fase.
Para entender
Os brasileiros que acompanharam a Libertadores dos anos 80 e 90 se acostumaram a ouvir falar do América especialmente pelo excelente volante Freddy Rincón, que depois faria uma admirável carreira no Brasil, defendendo clubes grandes como Corinthians, Palmeiras, Santos e Cruzeiro. O América era, de fato, um gigante continental, capaz de disputar quatro finais de Libertadores, em 1985, 1986, 1987 e 1996 – porém perder todas.
O time enfrentou uma grave crise econômica na virada do milênio por ter sido incluída na “Lista Clinton”, que apontou que a equipe na verdade era usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas do Cartel de Cali. O clube esteve perto até de desaparecer, pois não podia sequer abrir contas em bancos. Houve também um bloqueio de transações com empresas nacionais e internacionais, e o América por isso precisou sobreviver apenas com direitos de imagem, bilheteria e vendas de camisa.
Depois de 59 anos na primeira divisão e de um total de oito títulos, sendo até hoje o terceiro maior campeão do país, o América foi rebaixado em 2011, começando o seu calvário pela Segunda Divisão da Colômbia em 2012 e só decretando a sua volta em 2016.
É um tempo consideravelmente maior que os atravessados tanto pelo River Plate e pelo Independiente, na Argentina, quanto por Corinthians, Palmeiras, Vasco, Atlético-MG, Inter e Grêmio, grandes que também passaram pela experiência de jogar a Série B pelo Brasil.
Para se ter ideia do intervalo do América, o River, por exemplo, jogou a Segundona na Argentina no segundo semestre de 2011 e no primeiro semestre de 2012, e em 2015 já ganharia a Libertadores da América, um período total bem mais curto que a permanência do América na Série B.
Velhos conhecidos
O América estreou nesta Copa Sul-Americana ganhando do Defensa y Justicia por 1×0 em plena Argentina. O DyJ, vale lembrar, eliminou o São Paulo treinado por Rogério Ceni na competição do ano passado.
O time do América conta com dois jogadores que são bem lembrados por grandes torcidas no Brasil. O primeiro deles é o meio-campista Darío Bottinelli, que jogou com certo destaque pelo Flamengo e depois concluiu seu périplo pelo Brasil vestindo a camisa do Coritiba.
E outro destaque do América é o lateral Armero, ex-Palmeiras e Bahia, que está emprestado ao clube. Armero é aquele que acabava sendo chamado de “Armeration” pelas suas danças na comemoração dos gols. Anote na agenda: América e Defensa y Justicia se enfrentam às 21h45 (de Brasília) desta quinta (8) em uma Cali enlouquecida com o acontecimento.
Barcelona e Lanús também são destaques
Outros times de expressão que entram em campo nesta semana pela Copa Sul-Americana são o Barcelona de Guayaquil e o Lanús. E ambos têm ótimas chances de avançar para a segunda fase sem maiores dramas.
O Barça visita o nanico General Díaz, do Paraguai, precisando ganhar. A partida de ida terminou em um frustrante 0x0, com a equipe do Equador perdendo um gol atrás do outro.
Já o Lanús, finalista da última Libertadores, joga agora contra o Sporting Cristal, do Peru. A partida de volta ocorre em Lima. A ida foi um baile do Lanús: 4×2.
Jogos de volta da 1ª fase da Copa Sul-Americana 2018
Terça-feira, 6 de março
- 19:15 – San José-BOL x El Nacional-EQU – Palpite: Empate
- 21:45 – Caracas-VEN x Everton-CHI – Palpite: Caracas
- 21:45 – Colón-ARG x Zamora-VEN – Palpite: Colón
Quarta-feira, 7 de março
- 19:15 – Cerro-URU x Sport Rosário-EQU – Palpite: Cerro
- 19:15 – General Díaz-PAR x Barcelona-EQU – Palpite: Barcelona
- 21:45 – Deportivo Cuenca-EQU x Sportivo Luqueño-PAR – Palpite: Empate
- 21:45 – Sporting Cristal-PER x Lanús-ARG – Palpite: Lanús
Quarta-feira, 8 de março
- 19:15 – Mineros de Guayana-VEN x Nacional-PAR – Palpite: Mineros
- 19:15 – Rampla-URU x Cajamarca-PER – Palpite: Rampla
- 21:45 – Sport Huancayo-PER x Unión Española-CHI – Palpite: Huancayo
- 21:45 – América de Cali-COL x Defensa y Justicia-ARG – Palpite: América