Direto do pub: como assistimos e o que sentimos na noite em que o Real Madrid ampliou sua coleção de orelhudas ao fazer 3 a 1 no Liverpool
Gareth Bale e Loris Karius foram os protagonistas da decisão da Champions League, em Kiev
Em Valencia, longe da Ucrânia, optei por assistir à decisão da competição interclubes mais importante do planeta num pub de temática irlandesa. No balcão do bar e embaixo da escada se espremia a torcida madridista. Também sem muito espaço, mas no salão central do estabelecimento, estavam os simpatizantes do Liverpool. Confira como foi:
Pré-jogo
A cerimônia de abertura lembrava os Jogos Olímpicos. Como é organizado o futebol europeu! Era impossível dar muita atenção ao que se passava no telão pois toda hora alguém perguntava: “e então, quanto você acha que vai ser o jogo?” Outro comentava: “essa dança é palhaçada, começa logo!”
Bola rolando
Minhas apostas já haviam sido feitas desde a véspera, depois de ler este artigo. Já estava no segundo pint de cerveja Guinness quando o árbitro apitou o início da peleja. Era muito mais do que um Real Madrid x Liverpool. Era também mais um capítulo na rivalidade entre quem tem a melhor liga do planeta: a Premier League inglesa ou a La Liga espanhola? Além disso, havia o confronto pessoal entre CR7 e Mohamed Salah.
Apesar das torcidas e gritos de “uhh”, o clima era de maior paz no pub. Ambos os quadros tinham dificuldades para passar da intermediária adversária. Neste quesito, os Reds foram melhores e alçaram mais bolas na área para sorrisos dos britânicos.
A contusão de Salah mexeu com o clima do jogo e do pub. Nem os torcedores madridistas ficaram satisfeitos, pois queriam que o egípcio permanecesse no campo. Curiosamente ou não, os espanhóis começaram a mandar na partida e tiveram até gol (bem) anulado. A cerveja deu lugar a whisky irlandês nas mesas dos preocupados britânicos. Os valencianos estavam mais descontraídos e começaram a pedir tapas, que só chegariam no começo da segunda metade. Todos usaram o intervalo para ir ao banheiro se concentrar e rezar para o restante do duelo.
Mal começou o segundo período, os de branco carimbaram a trave. Minutos depois, Loris Karius começou a entregar o ouro. Ele arremessou a bola nos pés de Karim Benzema e a bola morreu no fundo das redes. Um gol assim não acontece nem em pelada! Delírio espanhol: “como no te voy a querer?”
Os da Terra dos Beatles ainda tentaram. Foi aí que apareceu o camisa um da seleção costarriquenha Keylor Navas (vai pegar o Brasil, na Copa do Mundo, hein)! Ele fez algumas defesas importantes. Não pôde fazer nada, porém, quando Sadio Mané chegou antes dele para desviar a bola para empatar: 1 a 1 e “yesssssssssssss”.
O lance capital veio aos 18’. Num cruzamento despretensioso para a entrada da área, Gareth Bale acertou um lindo arremate de bicicleta. A bola foi no ângulo e Loris Karius só pulou para ficar bem na foto. Um golaço! Neste momento foi decretado o nocaute. Emocionalmente, era impossível reverter o resultado. Começou a prevalecer um silêncio absoluto na área inglesa do bar. Um silêncio assim não foi sentido nem quando o Aston Villa perdeu para o Fulham, na preliminar do telão do pub.
A partir daí, o Liverpool parecia já ter aceito a derrota e o Real Madrid só fazia o tempo passar. Só que Loris Karius queria mesmo ter seu nome nas manchetes. Num chute de longe de Gareth Bale ele meteu as mãos na bola. Lance fácil, mas eis que as luvas eram de alface e aconteceu um novo gol do Real Madrid. Um frangaço! Imperdoável! 3 a 1, cantoria de “campeones, campeones, olé, olé, olé”, e que venha 2018/19!
Pós-jogo
Hora de pagar a conta. Rapidamente as pessoas de sotaque britânico e de camisas vermelhas terminaram suas últimas cervejas e foram para suas casas. No telão, o reconhecimento aos tricampeões continentais.
Somente Real Madrid (de 1955/56 a 1957/58), Ajax (1970/71 a 1972/73) e Bayern de Munique (de 1973/74 a 1975/76) haviam conquistado três vezes consecutivas o título. O único pentacampeão é o próprio empregador de Cristiano Ronaldo, pois esta sequência que começou em 1955/56 só terminou em 1959/60.
Você ficou curioso com minha aposta? Ganhei ambas: Real Madrid na cabeça e que ambos os oponentes marcariam gols. Deu para pagar minhas quatro Guinness consumidas durante a noite.
Ficha técnica
Real Madrid: Keylor Navas; Daniel Carvajal (Nacho Fernández), Raphaël Varane, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Toni Kroos, Luka Modric e Isco (Gareth Bale); Karim Benzema (Marco Asensio) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Zinedine Zidane.
Liverpool: Loris Karius; Alexander-Arnold, Virgil Van Dijk, Dejan Lovren e Andrew Robertson; Jordan Henderson, Georginio Wijnaldum e James Milner (Emre Can); Mohamed Salah (Adam Lallana), Roberto Firmino e Sadio Mané. Técnico: Jürgen Klopp.
Árbitro: Viktor Kassai.
Cartão Amarelo: Sadio Mané.
Gols: Gareth Bale (dois), Karim Benzema e Sadio Mané.
Público: 61.561.
Estádio: Olímpico de Kiev, Ucrânia.
Final da Champions League de 2017/18
Sábado, 26 de maio:
- 15h45: Real Madrid 3×1 Liverpool
Ranking de títulos
- Real Madrid, 13
- Milan, 7
- Barcelona, 5
- Bayern de Munique, 5
- Liverpool, 5
- Ajax, 4
- Internazionale, 3
- Manchester United, 3
- Benfica, 2
- Juventus, 2
- Nottingham Forest, 2
- Porto, 2
- Aston Villa, 1
- Borussia Dortmund, 1
- Celtic, 1
- Chelsea, 1
- Estrela de Bucareste, 1
- Estrela Vermelha, 1
- Feyenoord, 1
- Hamburgo, 1
- Marselha, 1
- PSV, 1