1, 2, 3… 11 vezes: Rafael Nadal despacha Dominic Thiem e amplia reinado em Roland Garros
Conquista sobre o austríaco faz espanhol alcançar 17º Grand Slam da carreira e aumentar sequência vitoriosa para 86-2 na França
Os adversários até que tentaram, mas não foi desta vez que Rafael Nadal foi destronado de Roland Garros. O espanhol conquistou no domingo (10 de junho) o 11º título do Grand Slam disputado em Paris, na França, ao superar o austríaco Dominic Thiem na Philippe Chatrier em sets diretos, com parciais de 6/4, 6/3 e 6/2. A incrível performance fez o Touro Miúra atingir a marca de 17 GS na carreira, diminuindo para apenas três Majors a vantagem do líder Roger Federer, e o fez igualar a Margaret Court, então maior vencedora de um único GS com 11 conquistas do Aberto da Austrália, entre 1960 e 1973. Confira a trajetória do tenista de Manacor nesta edição e os principais destaques de 2018.
Na dúvida, não duvide
Duvidar da capacidade de certos esportistas é sempre um alto risco. Para não irmos tão longe, podemos citar Ronaldo, que de incógnita pelas seguidas lesões no joelho se tornou no homem do penta em 2002, ou recentemente Neymar, que nem parece ter ficado três meses sem pisar nos gramados por conta de uma cirurgia no pé direito e já desfila habilidade novamente. Já no tênis, Roger Federer foi declarado acabado ao final da temporada 2016, mas o ano seguinte provou que sua vida será ainda bem longa e vitoriosa no tênis, ganhando por dois anos consecutivos o Aberto da Austrália.
Depois de vencer algumas “dúvidas” ao longo da carreira, Rafael Nadal teve mais uma antes de a gira de 2018 do saibro começar. Tudo por conta de uma lesão no quadril, fato que o fez desistir dos Masters 1000 de Indian Wells e Miami. Mas o Touro Miúra, em mais uma prova de superação, se livrou da contusão e fez uma jornada praticamente impecável, quebrando recordes em Monte Carlo e Barcelona, com o seu 11º título em cada competição, e em Roma, com o oitavo troféu.
A “cereja” do bolo ocorreu na tarde ontem, quando ele levantou pela 11ª vez (2006-2008, 2010-2014, 2017 e 2018) a taça de Roland Garros. E o adversário não poderia ser outro: o austríaco Dominic Thiem. Isso porque o atual número 7 foi o responsável por derrubar a invencibilidade de Nadal na terra batida por dois anos seguidos. Primeiro, no ano passado, durante o torneio romano, e nesta temporada, em Madrid. O troco veio da melhor forma, com uma atuação segura e título.
Números
Desde que começou a gira do saibro, Nadal conviveu com a pressão de manter o posto de número 1 da ATP. A cada competição ele tinha a obrigação de segurar a liderança. Se falhou na capital espanhola, o espanhol recuperou na semana seguinte, vencendo em Roma. Em Roland Garros, a pressão era ainda maior, já que eram 2000 pontos em jogo. Mas a conquista sobre Thiem mantém o Touro Miúra na primeira posição com 100 pontos de vantagem sobre Roger Federer.
Já em termos de performance, o Nadal atingiu a incrível marca de 86 vitórias e apenas duas derrotas no Grand Slam francês. O 11º título veio com 26 sets vencidos e apenas um cedido. Por isso, a parcial concedida durante o duelo com o baixinho argentino Diego Schwartzman fez o líder do ranking perder a sequência de 37 sets consecutivos com vitória em um mesmo piso. Ele buscava a marca de Bjorn Borg, o líder no quesito com 41.
O vice
Apesar do vice-campeonato, Dominic Thiem sai da Philippe Chatrier de cabeça erguida. Seja pela inédita final de Roland Garros ou pela oportunidade real de superar Nadal, o austríaco sabe que sua história no principal torneio na terra batida só está começando. Principalmente porque ele derrubou uma sina que durava dois anos, ao cair nas semifinais em 2016 e 2017. Aos 24 anos, o objetivo de se tornar o segundo austríaco a vencer um GS – Thomas Muster foi o primeiro, ganhando Roland Garros em 1995 – segue de pé.
Fim da maldição
Quem também merece a devida atenção é Alexander Zverev. O alemão caiu nas quartas de final, mas mostrou poder de reação gigantesco quando esteve “contra a parede” e quebrou a maldição das oitavas, até então o seu melhor resultado em Paris. Isso porque o tenista de 21 anos venceu três jogos consecutivos de cinco sets até enfrentar Thiem e ser derrotado. Com três troféus de Masters 1000 em 12 meses (Roma e Montreal em 2017, e Madrid, em 2018), Zverev dará trabalho a Nadal e Federer durante a sequência da temporada.
Surpresa
A grande sensação de Roland Garros de 2018 foi o italiano Marco Cecchinato, que derrubou o ex-campeão e número 1 do mundo Novak Djokovic. Se o revés foi uma ducha de água fria no sérvio, que sentiu e muito o inesperado golpe, o jogo serviu para o então número 72 – agora 27º no ranking – aparecer para o mundo do tênis. Aos 25 anos, Cecchinato nunca havia vencido uma partida na chave principal de Paris. Resta saber se ele continuará em evolução.