Novak Djokovic quebra jejum de títulos e conquista o tetra em Wimbledon
Há mais de um ano sem levantar um troféu na ATP, sérvio derrubou série negativa ao vencer em sets diretos o sul-africano Kevin Anderson; Angelique Kerber surpreendeu Serena Williams e faturou inédito título no All England Club
A edição 2018 de Wimbledon chegou ao fim no domingo (15 de julho) com a redenção de um dos maiores tenistas da atualidade – e para muitos, da história. Depois de 25 meses do último título de Grand Slam (Roland Garros de 2016), incluindo quase 13 sem sequer levantar uma taça de ATP, em um período atrapalhado por uma interminável lesão no cotovelo direito, o sérvio finalmente quebrou o jejum alcançando o tetracampeonato de Wimbledon. O ex-número 1 do mundo despachou o sul-africano Kevin Anderson por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/2 e 7/6 (3), e colocou o seu nome entre os quatro maiores vencedores da história de Majors. A jornada no All England Club ainda contou com o inédito título da alemã Angelique Kerber, que no sábado (14) derrotou a favorita Serena Williams.
Djokovic: o retorno
Foi sofrido, demorado e angustiante, mas Novak Djokovic está de volta à velha forma. Após um ano de incertezas por conta da lesão no cotovelo direito, que o fez abandonar todo o segundo semestre de 2017 e ainda realizar um processo cirúrgico no início desta temporada, o sérvio viveu a redenção em Wimbledon, ganhando o seu 69º título da carreira.
Djoko mostrou durante as duas semanas em Londres que quando confiante dificilmente é batido. O triunfo sobre Kevin Anderson não surpreendeu tamanho o nível de excelência alcançado pelo ex-número 1 nas últimas partidas.
Com a conquista, o tenista de 31 anos entra para a lista dos quatro maiores vencedores de Majors de toda a história. O 13º título de GS deixa Djokovic uma taça atrás do norte-americano Pete Sampras. Apenas o suíço Roger Federer, com 20, e o espanhol Rafael Nadal, com 17, possuem mais Grand Slams.
Ao bater Anderson na decisão, Djoko também melhora – e muito – sua posição no ranking. O sérvio volta ao Top 10 da ATP pela primeira vez desde outubro de 2017 (era o número 7) e passa a brigar para valer por uma vaga no ATP Finals, que acontece no final da temporada e coloca frente a frente os oito melhores do ranking.
A arrancada
Com Nadal, atual líder do ranking, e Federer, então em busca de seu nono troféu no All England Club, tomando conta dos holofotes em Wimbledon, Novak Djokovic começou sua jornada no terceiro GS de 2018 sem o peso do favoritismo. E isso, de certa forma, ajudou o sérvio, que mesmo sem a obrigação de ganhar o torneio, apesar do jejum de um ano sem levantar um troféu, foi ganhando confiança à medida que passava de fase.
O britânico Kyle Edmund e o japonês Key Nishikori foram alguns dos adversários que sofreram nas mãos do multicampeão. Mas a partida contra o Touro Miúra, que durou dois dias em razão das leis locais de Londres pela impossibilidade de jogos após às 23 horas, foi determinante para a trajetória que culminou no tetracampeonato.
“Exalando” confiança, Djoko não baixou a guarda para o rival em nenhum momento. Abriu 2 a 1, viu a partida ser adiada, e mesmo saindo atrás no dia seguinte, derrubou o espanhol, ampliando para dois jogos a vantagem sobre o maior campeão de todos os tempos de Roland Garros. Na final, não deu uma chance sequer a Kevin Anderson, que sem calibrar o seu saque, sua principal arma, foi presa fácil.
O vice
Kevin Anderson termina sua participação em Wimbledon com a missão cumprida, chegando à inédita final e atingindo pela primeira vez na carreira a quinta posição no ranking da ATP. Mas, ao mesmo tempo, o sul-africano de 32 anos sai de certa forma frustrado, já que o seu físico “acusou” durante a decisão.
Vindo de uma épica vitória sobre o norte-americano John Isner, em partida que teve mais de seis horas de duração e só foi finalizada em 26-24 no quinto set, o grandalhão de 2,03m tinha expectativa enorme para continuar jogando em alto nível. Ainda mais porque ele foi o responsável por eliminar Federer nas quartas de final mesmo após sair perdendo por 2 sets a 0. Mas o cansaço devido aos dois últimos embates foi visível e Anderson esteve bem abaixo do esperado no domingo. Ele até ensaiou uma reação, melhorando na terceira parcial e a levando até o tie-break. Mas a estrela do sérvio falou mais alto.
Vingança de Kerber
Depois de perder a decisão de Wimbledon para Serena Williams há dois anos, Angelique Kerber pôde se recuperar no sábado ao justamente derrotar a norte-americana na reedição do confronto. Apesar de os olhos estarem todos voltados para a ex-número 1, que buscava o seu 24º GS e fazia sua primeira final desde o nascimento de sua filha Alexis, a alemã acabou roubando a atenção e vencendo a partida por 2 sets a 0, com duplo 6/3.
Com a terceira taça de GS (venceu o Aberto da Austrália e o Aberto dos Estados Unidos, em 2016), Kerber fica próxima do alcançar o Career Slam, feito que apenas 10 tenistas na história, incluindo Serena e Maria Sharapova, ainda em atividade, conseguiram ao vencerem os quatro Majors.