Vôlei

O Brasil merece ser considerado favorito no Mundial de Vôlei Masculino?

Seleção Brasileira de Vôlei Masculino
Foto: Divulgação/FIVB

Seleção comandada pelo técnico Renan dal Zotto tenta deixar para trás o quarto lugar na Liga das Nações, e o longo período de treinamento é sim um motivo de confiança

Quem gosta de vôlei sabe bem o que está por vir nos próximos meses com a realização da competição mais importante da temporada: estamos falando do Mundial. A versão masculina da competição que ocorre a cada quatro anos começa daqui a exatamente um mês – em 9 de setembro – e será realizada na Itália e na Bulgária. A competição feminina larga um pouco depois, em 29 de setembro, no Japão.

 

Pausa recorde

Os homens do Brasil reconhecem que não têm outra saída para melhorar o seu desempenho a não ser mergulhar de maneira profunda no período de treinamentos que a equipe está cumprindo em Saquarema. E é mesmo um “luxo” que poucas outras seleções, de qualquer esporte, podem se dar, com nada menos que um mês e meio de preparação com todos os rigores que a seleção deve cumprir até lá.

O quarto lugar na Liga das Nações foi sintomático. O Brasil oscilou demais na fase de classificação e se classificou às finais praticamente no limite. Tampouco foi possível aos comandados por Renan dal Zotto imaginar algo melhor que o quarto lugar que terminou com duas derrotas por 3 sets a 0 para Rússia e Estados Unidos.

O que deixa Renan otimista desta vez é justamente o tempo de preparação que ele tem por diante. Na Liga das Nações, por exemplo, ele sequer pôde treinar com o grupo antes da estreia.

“Agora, com esse período, não tenho a menor dúvida que chegaremos bem ao Campeonato Mundial. Os jogadores mais jovens tiveram oportunidade durante a Liga das Nações, jogaram, pegaram experiência e agora estão treinando para fortalecer, ganhar cada vez mais confiança e nos ajudar junto aos mais experientes”, afirmou o treinador.

 

O que espera o Mundial?

A seleção brasileira masculina estreia no Mundial em 12 de setembro, contra o Egito, em Ruse, na Bulgária. Ainda na primeira fase, atuando no mesmo lugar, a equipe pega, na sequência, França, Holanda, Canadá e China.

“Temos certeza que oito times são principais candidatos. Mas, para chegar ao título, tem que passar por todos. Vamos encarar jogo a jogo e cada um deles é muito duro. A Liga das Nações provou isso. Agora, no Mundial, pretendemos já na primeira fase fazer uma boa campanha, já que leva o resultado para a segunda. É importante começar bem”, destacou Renan.

“Com a experiência de alguns, como o Lipe, que está retornando, já praticamente 100% e vai ajudar bastante, e a experiência que os jovens já tiveram na Liga das Nações, tenho certeza que vamos chegar bem no Mundial. E, mais do que tudo, com o tempo de preparação, que é algo que sempre nos alimentou para chegarmos bem nas competições”, concluiu o treinador brasileiro.

 

Amistosos contra a Holanda

O Brasil conquistou a sua primeira medalha de ouro na história do vôlei masculino contra a Holanda em uma tranquila decisão ocorrida nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. E este adversário vai cruzar de novo o caminho brasileiro em uma série de amistosos com os holandeses, que estão no Mundial e vão fazer parte do grupo do Brasil, o B.

O primeiro amistoso Brasil x Holanda será no dia 18, às 21h45, em Brasília. Depois, no dia 20, as duas seleções voltam a se encontrar em Manaus, às 21h30. O último jogo será em Belém, no dia 22, às 19h.

Os convocados do Brasil para o Mundial são os seguintes: Bruninho e William (levantadores), Wallace e Evandro (opostos), Lucão, Maurício Souza, Éder e Isac (centrais), Lipe, Lucas Lóh, Lucarelli, Douglas Souza, Rodriguinho e Victor Cardoso (ponteiros), Thales (líbero) e Kadu (ponteiro convidado).

É sim um time forte, mas ainda aquém das potências atuais, como Rússia, França e Estados Unidos. Resta saber se o período de isolamento em Saquarema será capaz de colocar o Brasil no nível desse “trio de ferro”.

 

Como será o Mundial de Vôlei Masculino na Itália e na Bulgária

Período: de 9 a 30 de setembro
  • Grupo A – Argentina, Bélgica, Eslovênia, Itália, Japão e República Dominicana
  • Grupo B – Brasil, Canadá, China, Egito, França e Holanda
  • Grupo C – Austrália, Camarões, Estados Unidos, Rússia, Sérvia e Tunísia
  • Grupo D – Bulgária, Cuba, Finlândia, Irã, Polônia e Porto Rico

Cada seleção enfrenta as adversárias do seu grupo, e as quatro melhores avançam para a segunda fase (carregando os resultados da primeira como critério de desempate). Os países dos grupos A e C formam um outro grupo, assim como os do B e D.

Os líderes de cada uma dessas chaves subsequentes seguem na disputa, assim como os dois melhores segundos colocados no geral. Vem então a última fase de grupos, com os dois melhores de cada chave avançando às semifinais e à decisão.