Por que este Mundial de Vôlei é tão importante para os técnicos Renan e José Roberto Guimarães?
Competição mais importante da temporada pode definir novos rumos na seleção brasileira tanto entre os homens como entre as mulheres
Está cada vez mais perto. Vista como uma competição de nível técnico tão alto quanto a Olimpíada, o Mundial de Vôlei começa primeiro para os homens, que jogam na Itália e na Bulgária entre os dias 9 e 30 de setembro, enquanto as mulheres arrancam no próximo dia 29 a competição que será realizada no Japão. O Brasil, claro é candidato ao título nas duas versões, e ambas prometem testar ao máximo os comandantes Renan dal Zotto e José Roberto Guimarães. O Ganhador analisa tudo a partir de agora.
Renan lida com a sombra de Bernardinho
A comparação vai ser sempre cruel, pois Bernardinho foi o maior técnico da história da seleção masculina – e talvez de todas as seleções e de todos os tempos. E uma grande prova disso é o fato de o Brasil ser, hoje, o tricampeão mundial de vôlei que é. Antes de sua chegada à equipe, a seleção não havia conquistado nenhuma vez a competição. Com Bernardinho, os títulos vieram em 2002, 2006 e 2010, com um vice em 2014 diante da fortíssima Polônia, a campeã de então.
Renan sabe que a seleção está, neste momento, um degrau abaixo das grandes potências do planeta, que são, pela ordem, Rússia, Estados Unidos e França. O Mundial pode ver também a decolagem de times fortes que estão se preparando com tempo e afinco, como a própria Polônia e a Sérvia. Ou seja: não seria nada absurdo ver o Brasil fora até mesmo de uma semifinal, pois os tempos são outros e a ordem de forças do vôlei mundial mudou. Mas a sombra da geração muito vitoriosa de Bernardinho sempre estará presente.
Desde que assumiu o cargo, no ano passado, Renan lida com as críticas daqueles que apontam que há nomes mais experientes e capacitados para o cargo. Pode-se dizer que ele disputa mais que um Mundial, e sim até mesmo a viabilidade da sua permanência à frente do grupo.
José Roberto tenta título inédito
Um dos técnicos mais vitoriosos do esporte brasileiro, José Roberto Guimarães, por estranho que possa parecer, entra no Mundial Feminino sem nunca ter conquistado a competição. Uma máquina de ganhar edições do Grand Prix e bicampeão olímpico com a equipe, o Brasil foi vice campeão mundial três vezes – duas delas com Zé Roberto, em 2006 e 2010, perdendo para a Rússia por 3 sets a 2 em ambas as ocasiões.
Uma ótima novidade para o técnico foi o retorno, nesta semana, dos treinos com bola da ponteira Natália, que se recupera de lesão no joelho. O Brasil que disputa o Mundial será composto por uma mescla de jogadoras experientes que não atravessam boa fase técnica ou física e por novatas que não podem ser cobradas por vitórias logo em sua primeira grande competição com o grupo. Tandara e Bia, ambas com problemas no ombro, são duas baixas para o tradicional Torneio de Montreux, que será realizado na Suíça entre os próximos dias 4 e 9 e que serve como preparação para o Mundial, que começa no dia 29.
Em Montreux, o Brasil integra o Grupo B, com Brasil, Camarões, Polônia e Rússia. A chave A é formada por China, Itália, Suíça e Turquia. As duas melhores de cada grupo avançam à final.
No que diz respeito a José Roberto Guimarães, ele está à frente do grupo há simplesmente 15 anos. Um fechamento de ciclo seria dos mais naturais, seja quando ele bem entender. O Mundial pode sim representar uma mudança de rumo nos planos tanto do técnico quanto da seleção.
Como será o Mundial de Vôlei Masculino na Itália e Bulgária
Período: de 9 a 30 de setembro
- Grupo A – Argentina, Bélgica, Eslovênia, Itália, Japão e República Dominicana
- Grupo B – Brasil, Canadá, China, Egito, França e Holanda
- Grupo C – Austrália, Camarões, Estados Unidos, Rússia, Sérvia e Tunísia
- Grupo D – Bulgária, Cuba, Finlândia, Irã, Polônia e Porto Rico
Como será o Mundial de Vôlei Feminino no Japão
Período: de 29 de setembro a 20 de outubro
- Grupo A – Argentina, Alemanha, Camarões, Japão, México e Holanda
- Grupo B – Bulgária, Canadá, China, Cuba, Itália e Turquia
- Grupo C – Azerbaijão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, Tailândia e Trinidad e Tobago
- Grupo D – Brasil, Cazaquistão, Porto Rico, República Dominicana, Sérvia e Quênia
Sistema de disputa
Cada seleção enfrenta as adversárias do seu grupo, e as quatro melhores avançam para a segunda fase (carregando os resultados da primeira como critério de desempate). Os países dos grupos A e C formam um outro grupo, assim como os do B e D.
Os líderes de cada uma dessas chaves subsequentes seguem na disputa, assim como os dois melhores segundos colocados no geral. Vem então a última fase de grupos, com os dois melhores de cada chave avançando às semifinais e à decisão.