Por que TJ Dillashaw larga como favorito contra Henry Cejudo para superluta no UFC 233?
O Ultimate anunciou nesta semana a superluta entre os campeões TJ Dillashaw e Henry Cejudo. Os americanos se encaram no octógono mais famoso do mundo em combate que vale o cinturão dos moscas da organização. Cejudo, atual dono do título da divisão, coloca em jogo seu trono diante de TJ, que desce de categoria em busca do segundo cinturão. A disputa acontece no dia 26 de janeiro, em Anaheim, Califórnia (EUA), pelo UFC 233.
TJ Dillashaw vem de vitória por nocaute contra Cody Garbrandt. Em agosto, o americano nocauteou o ex-companheiro de treinos pela segunda vez e manteve o cinturão da categoria dos galos. Esta é a segunda vez que TJ detém o título da categoria. Ele também foi campeão da divisão em 2014, mas perdeu o título anos depois para Dominick Cruz. Atual campeão, Dillashaw obteve duas performances históricas contra Cody e sustenta quatro vitórias consecutivas na categoria. O combate contra Cejudo pode render a ele o segundo cinturão. Depois de Conor McGregor e Daniel Cormier, TJ Dillashaw pode se tornar o terceiro homem na história a deter dois títulos de forma simultânea no UFC.
Vale lembrar que TJ é campeão peso-galo (até 61kg) e fará sua estreia na categoria dos moscas (56kg). Será uma experiência nova. Ele pode ficar mais rápido, mas pode perder potência em seus golpes também. Embora nunca tenha aparentado dificuldade para bater o peso limite dos galos, cortar ainda mais peso não é a coisa mais divertida do mundo. Mais do que ir em busca do novo cinturão, segundo Dillashaw, o UFC está lhe pagando bem para que ele desça de peso, vença Cejudo e, de quebra, coloque fim à categoria dos moscas – possibilidade já comentada por aqui.
Henry Cejudo se tornou o novo campeão dos moscas ao desbancar Demetrious Johnson, também em agosto. Com uma apresentação categórica, o lutador, que tem nível de wrestling olímpico, venceu DJ na decisão dos juízes e colocou fim ao maior reinado da história do Ultimate – Johnson defendeu o cinturão por 11 vezes até perder. Agora, Cejudo defende o título em superluta contra TJ, ideia que ele mesmo deu logo após desbancar Demetrious, no UFC 227. Embalado por três vitórias consecutivas, Cejudo soma um cartel de 13 triunfos e duas derrotas na careira.
É um duelo de altíssimo nível. Se o duelo fosse na categoria dos galos, eu daria uma vantagem maior para TJ Dillashaw. Mas o fator peso conta, já que será uma estreia para o campeão peso-galo. Como peso-mosca, é difícil prever o quanto a leveza irá influenciar sua performance. No papel, TJ é mais lutador. Tem mais armas, pode nocautear, defende bem quedas, é rápido, versátil… Mas é difícil tratar Cejudo como carta fora do baralho, especialmente depois de desbancar o supercampeão Demetrious Johnson. De qualquer forma, o favoritismo a Dillashaw se explica por conta de suas performances e por ter enfrentado nomes mais duros na carreira. O maior momento de Henry foi a vitória contra Cejudo, mas ele já perdeu para Joseph Benavidez e teve poucos desafios, enquanto Dillashaw acumula vitórias contra nomes como Cody Grabrandt (duas vezes), Raphael Assunção, John Lineker, Renan Barão, entre outros. Todo esse cartel aliado aos seus últimos desempenhos o tornam favorito contra Cejudo. Mas com uma vantagem discreta, assim como nas casas de apostas.
Que ninguém se machuque até o dia 26 de janeiro e os deuses do MMA preservem essa que tem tudo para ser uma luta histórica.