St-Pierre Vs Bisping: um ótimo negócio… pra quem não é top 5 dos médios do UFC
Embora o anúncio da superluta entre Michael Bisping e Georges Saint-Pierre pelo título dos médios do UFC tenha deixado muitos fãs empolgados, o duelo está mexendo com a paciência de atletas da divisão dos médios. Dois lutadores que se pronunciaram a respeito da novidade foram Ronaldo Jacaré e Chris Weidman. Segundo os atletas, tops da categoria, o duelo está “travando” a divisão. Nada mais do que a verdade.
Jacaré foi direto, e em entrevista reproduzida pelo Combate.com disse que sequer “vai assistir a essa porcaria”, se referindo a luta entre Bisping e GSP, além de garantir que “ninguém está satisfeito com essa palhaçada” que ocorre nos médios, que agora tem um desafiante que nunca nem lutou na divisão até 83,9kg. Vale lembrar que Saint-Pierre era campeão da categoria dos meio-médios (até 77kg), uma abaixo dos médios.
Weidman também reclamou e apontou para especialmente Bisping. Ele lembrou que desde que que o inglês se tornou o campeão dos médios, em junho de 2016, ele ainda não defendeu seu título contra um top da categoria. Primeiro defendeu o título e bateu Dan Henderson, que era o 13º colocado no ranking. Depois anunciou uma cirurgia que o afastaria do octógono por um longo tempo e agora acerta sua segunda defesa de cinturão contra georges Saint-Pierre, que apesar de ser um astro do UFC, nunca lutou na categoria dos médios.
O outro lado
Que fique claro: qualquer lutador no lugar de Bisping ou GSP faria o mesmo. É um ótimo negócio para ambos. Para Bisping, é a chance de ficar rico com a ajuda de um dos maiores vendedores de pay-per-view da história do UFC. O retorno de St-Pierre vai movimentar milhões de dólares. Muita gente quer ver o canadense lutando novamente. Além disso, é um confronto contra um atleta que nunca lutou na divisão dos médios e está há mais de três anos sem lutar. No papel, é um risco pequeno para um lucro enorme. E o mesmo vale do outro lado do cage. Para Georges, é a chance de conquistar o cinturão dos médios, algo inédito na carreira e histórico para um ex-campeão dos meio-médios, além de ser um combate contra um rival que apesar da boa fase não é dos mais ameaçadores do plantel do UFC. Bisping, por exemplo, é menos ameaçador do que Tyron Woodley, atual campeão da categoria original de GSP.
Enquanto isso, Yoel Romero, Ronaldo Jacaré, Luke Rockhold, Gegard Mousasi e companhia têm de se se manter ativos na categoria dos médios, esperando a temporada de aventuras do campeão se resolver e alguém receber a merecida chance.
Definitivamente, a superluta entre St-Pierre e Bisping é um ótimo negócio para o canadense, para o inglês, para o UFC, e para a maior parte dos fãs. Nesse caso, os lutadores que merecem a chance pelo título são minoria, e só lhes resta seguir lutando à espera da tão sonhada chance.