Humor: comparações
Após a vitória magrinha por 2 a 0 sobre o Catar no último jogo da fase de grupos da Copa América – e que garantiu a seleção argentina nas quartas de final da competição –, Lionel Messi, astro do Barcelona, não poupou críticas ao gramado da Arena do Grêmio (e dos estádios brasileiros como um todo). O craque resumiu seu descontentamento com um “estão todos muito ruins”. Uma constatação que vai de encontro a queixas públicas (mas menos contundentes) de James Rodríguez, Luis Suárez e treinadores, como Rafael Dudamel, da Venezuela, e Oscar Tabárez, do Uruguai.
No caso específico da arena gremista, o técnico Renato Gaúcho deu razão a Messi em entrevista à ESPN Brasil, quando disse que “o gramado não se encontra, infelizmente, nas melhores condições”. No reconhecimento antes do jogo desta quinta-feira contra o Paraguai (saiba mais aqui), Tite, técnico da seleção brasileira, também não gostou do que viu.
Mas, para o povo engravatado da Conmebol que gerencia a coisa toda e raramente coloca os pés dentro de um campo de futebol, está tudo dentro da normalidade. Pelo menos este é o pensamento de Thiago Jannuzzi, gerente de competições do COL (Comitê Organizador Local da Copa América), que afirmou, segundo reportagem do Globo Esporte.com, que “a gente considera os gramados bons e aptos para receberem a competição”. Então, tá.
Qualquer um que veja a transmissão dos jogos em HD vê que a realidade é bem diferente do que diz o representante do COL. Mas, gramado ruim não é novidade no mundo do futebol e usar isso como “desculpa” para “deixar no ar” uma explicação para o futebol meia-boca que a seleção argentina vem mostrando é difícil de engolir.
Não que as outras seleções participantes venham enchendo os olhos dos torcedores. Longe disso. O Brasil, por exemplo, mostrou alguma qualidade nos 5 a 0 contra o Peru. Antes disso, deu sono contra a Bolívia e susto contra a Venezuela. Colômbia e Uruguai são, até aqui, as únicas equipes que correspondem ao que se espera delas.
Sem Neymar na disputa do torneio, as cobranças são maiores em cima da Argentina porque é inevitável que o time que tem Messi, seja sempre muito cobrado (independente da qualidade do gramado ou dos outros 22 convocados).
Simples assim.