Nadal, Djokovic e Del Potro confirmam, em Roma, que estão com tudo para Roland Garros
Último Masters 1000 no saibro já indica favoritos para o aguardado Grand Slam francês.
Quem gosta de tênis certamente vai se emocionar durante a disputa do Aberto da França, em Roland Garros, cuja chave principal será aberta no próximo dia 28.
Os saudosistas têm um pretexto todo especial para relembrar do glorioso passado de um brasileiro no torneio: afinal, em 2017 o primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros vai completar 20 anos, e diversas – e merecidas – homenagens estão programadas para reverenciar um dos maiores nomes do esporte brasileiro e – por que não – , também um dos maiores tenistas em uma quadra de saibro em todos os tempos.
Quem preferir ficar mais focado no presente também não terá absolutamente nada para reclamar. O Masters 1000 de Roma, que está terminando neste final de semana nas quadras do histórico Foro Itálico, mostram que pelo menos três nomes têm tudo para chegar ao Grand Slam francês com excelentes chances de brilhar.
NADAL, O “PELÉ” DO SAIBRO
Um deles, vale repassar, é o inigualável Rafael Nadal. Esta efeméride de 20 anos do primeiro título de Guga é uma excelente oportunidade para termos noção da grandeza de Nadal no saibro francês. Basta lembrar que, nesses 20 anos seguintes à conquista de Guga, o espanhol briga neste ano simplesmente pelo seu DÉCIMO título, algo que só mesmo daqui a muitos anos vamos ter noção real do feito.
(É mais ou menos o que acontecia com Michael Schumacher na Fórmula 1 ou Pelé no futebol. Enquanto ganhavam, os fãs, entorpecidos com tantas atuações brilhantes e em sequência, simplesmente se acostumaram. Vê-los brilhar era tão frequente que parecia até simples. Agora, com ambos presentes apenas nos livros de história, é que tais conquistas são assimiladas pelas atuais gerações.)
Nadal fez o que dele se esperava nas últimas semanas. Ganhou de Djokovic na semifinal e faturou o Masters 1000 de Madri sem muitos dramas. Tal campanha está se repetindo agora em Roma, com o espanhol superando as fases iniciais sem dificuldades.
Seu adversário nas quartas-de-final, nesta sexta-feira (19), vai ser o austríaco Dominic Thiem. Vale lembrar que Nadal venceu Thiem tanto em Barcelona quanto em Madri para ficar com os títulos, e que uma derrota sua contra o austríaco é bastante improvável. Em cinco confrontos entre ambos até aqui, Nadal só perdeu um único, em Buenos Aires, no ano passado.
Quem passar deste duelo – e convenhamos, apenas uma zebra enorme tiraria Nadal – enfrenta o vencedor de outro confronto que põe frente a frente dois dos melhores tenistas do saibro da atualidade: Novak Djokovic e Juan Martin del Potro.
Djokovic é um habitual frequentador de decisões – no piso que for. Ele defende seu título conquistado em Roland Garros no ano passado, e muitas outras conquistas no saibro mostram que ele não é o número 2 do mundo à toa.
A temporada 2017 tem sido especial para Novak por uma razão específica: ele desfez toda sua comissão técnica, rompendo parcerias que duravam desde a infância.
A situação de Del Potro é parecida. O tenista argentino também está em voo solo, mas por outras razões. Ele vinha sofrendo uma série de lesões que estavam afastando-o do circuito, mas a temporada 2016 mostrou que “Delpo”, como os argentinos gostam de chamá-lo, ainda tem muito a oferecer em uma quadra.
A ARRANCADA DE DEL POTRO
Delpo simplesmente eliminou Djokovic na abertura da Olimpíada e chegou à grande final, superando inclusive Rafael Nadal em uma histórica semi. Parou apenas em Andy Murray, que levou o ouro, mas que neste 2017 não está repetindo as boas atuações do ano anterior.
Levando o corpo com cuidado no restante do ano, Juan Martín atingiu um feito épico também no final de 2016, quando comandou a Argentina à inédita conquista da Copa Davis, em Zagreb, contra a Croácia.
Os duelos foram na quadra dura coberta, piso que favorece o estilo de pura potência de Del Potro, embora o argentino tenha capacidade também de atuar bem no saibro.
Afinal, foi na terra batida que ele e todos os outros grandes tenistas argentinos foram criados. E convém olhar com carinho para as suas chances daqui até Roland Garros. Delpo fez uma brilhante semifinal no Aberto da França contra Roger Federer em 2009, perdendo somente em cinco sets, e nos últimos quatro anos ele sequer disputou o Grand Slam, justamente por lesões.
As outras duas quartas-de-final do Masters 1000 de Roma não envolvem tenistas que surgem como favoritos em Roland Garros. Mischa Zverev x Milos Raonic é um dos confrontos; Marin Cilic x John Isner, o outro.